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Faísca e Fumaça: os corvos que marcaram minha infância ~

  Quando me perguntam o que eu gostava de assistir quando criança, não é Saint Seiya nem Pica-pau que me vem primeiro na cabeça, e sim,  Faísca e Fumaça .  Não são todos que lembram desse desenho e não recordo exatamente em que ano passava na Globo. Provavelmente, foi na mesma época do Manda-Chuva , Pepe Legal e A Tartaruga Touché .  Quem não lembra do desenho, pode recordar de alguma vez alguém mais velho ter usado o nome deles para apelidar alguma dupla de amigos inseparáveis e que vivem aprontando juntos (não só eles, mas outros também, como Tico e Teco , Jambo e Ruivão , Bob pai e Bob Filho , ou até Pink e Cérebro , dos mais recentes). Faísca e Fumaça ( Heckle and Jeckle , na versão original) são dois corvos idênticos e seguiam a linha da primeira fase do Pica-pau : personagens que viviam incomodando alguém, trapaceavam, zombavam de tudo e todos, eram sarcásticos, não levavam nada a sério, ajudavam presidiários a fugir, roubavam e, alg...

Clássicos que valeram cada segundo ~

A leitura deveria ser um hábito e uma atividade prazerosa para todo mundo, porém, nem todos se entregam à montanhas de livros com essa voluntariedade e sorriso estampado no rosto. Creio que isso só piora quando a escola (ou o vestibular) força os alunos a lerem livros que, de primeira, não o interessam nem um pouco, mas por serem clássicos da literatura nacional, acabam impondo.  Não é nada agradável começar o livro e, a cada três linhas, ficar verificando o quanto falta para acabar porque já está de saco cheio dele. Ou começa a ler no piloto automático, mas mandar a mente para outra dimensão, chegando no final da página sem saber o que acabou de ser lido. Tudo se torna mais chato quando passa a ser uma obrigação. Não está fazendo porque ficou curioso e foi atrás, mas sim porque algo ruim pode ocorrer se não o fizer (por exemplo, perder nota em alguma atividade referente à ele na escola, errar todas as questões sobre ele no vestibular e ser reprovado, etc).  Por...

Garrancho nosso de cada dia...~

Lembro nitidamente de meus tempos de escola que todas as garotas da sala, independente se estávamos na quarta série, tendo 10-11 anos, tinham letras LINDAS.  Sempre que alguém precisava pegar matéria para copiar, era sempre escolhido o caderno de alguma das alunas, de preferência a mais CDF, mas podendo ser de qualquer uma, desde que fosse menina.  Os garotos geralmente tinham aqueles famosos garranchos, e alguns piores que dos outros, carinhosamente referidos mais como hieróglifos do que letras. E se algum tinha letra bonita, era motivo de espanto para a sala.  Em dias de prova, lembro de professores pedindo com todo amor do coração para que os alunos escrevessem com letra legível, porque era quase impossível corrigir questões que eles nem sabiam o que estava escrito. Por um tempo, lááá no prézinho, os professores costumavam utilizar cadernos de caligrafia para que treinássemos a letra cursiva. Praticamente todo dia tinha lição de casa usando-o, para sempre fi...

5º Simpósio “Aprender com Cultura e Extensão”

Após mais um ano como bolsista do programa “Aprender com Cultura e Extensão” (mais informações no final), enfim chegou o dia de expor esse trabalho para professores da comunidade USP. O “Simpósio Aprender com Cultura e Extensão” encontra-se em sua quinta edição e, desta vez, foi realizado no campus de São Carlos. Ele ocorre até amanhã (18/11) com as apresentações dos projetos da Área de Humanas.  Hoje, todos foram da área de Biológicas e Exatas. Além da Solenidade de abertura, o primeiro dia do evento contou também com uma palestra ministrada pela Pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP e uma apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo. Não só apresentei meu projeto como aproveitei para conhecer aquele campus, pois nunca tinha pisado na vida. Fiquei maravilhada com a beleza do lugar (assim como fiquei com a ESALQ). Não que seja suuuuuper diferente e exótica; pelo contrário, há uma boa área arborizada, prédios similares c...

"Quem ainda lê revistas??" ~

Esses dias estava lendo artigos na internet, e na busca de matérias pelo Google, deparo-me com uma notícia antiga que falava do corte que a Editora Abril realizou uns anos atrás, fechando várias publicações e demitindo uma galera. Chamou-me a atenção um post de um blog aleatório que comentava isso, alegando que era previsível pois “hoje em dia, quem ainda lê revistas impressas?”. Achei engraçado o jeito que a questão foi colocada. Posso estar enganada, mas pareceu julgar que só gente esquisita ainda compra revistas impressas. Lembrou-me muito o debate que teve sobre a possível extinção dos livros perante os e-books. Sinceramente, assim como estes, creio que ainda há muitos que preferem uma leitura de papel do que virtual. Eu mesma acho muito melhor estar ali, com a publicação em mãos, folheando-a e fazendo marcações pessoais (caso ache necessária) do que fazer isso numa tela iluminada. Sei lá, parece-me muito superficial, maior sensação de que no virtual não existe, é só uma...

Alfredo ~

(Talvez esse conto não faça sentido para alguns. Foi baseado em histórias internas de RPG online nos anos de 2006-2007) Já fazia sete anos desde que se aposentou de seu emprego de mordomo. Costumava trabalhar para uma moça que morava sozinha, mas vivia recebendo visitas de amigas. Não reclamava. Sempre gostou do seu trabalho, principalmente das viagens que elas o levavam.  A casa constantemente estava cheia. Achava engraçado ver aquelas garotas (ou já se poderia dizer mulheres?) na maior algazarra feito meninas numa festa do pijama. Apesar de agora estar tranquilo em sua vida, podendo acordar a hora que quiser, usar o tempo como preferir, sentia falta da agitação daquela casa. Alfredo morava sozinho numa casinha no interior, não tão distante de onde servia. Às vezes se sentava perto da janela, bebericando um delicioso café que só ele sabia fazer (e que a mocinha gostava muito).  De lá, era possível ver parte da casa onde trabalhou, que hoje, estava vazia. Sua morado...

Vai de Bic? ~

Os atletas têm seus equipamentos prediletos. Os cozinheiros seus utensílios.  E os escritores suas canetas.  Nem precisa ser profissional para ter preferências, basta gostar de escrever. Desde criança sou apaixonada por papelarias. Sempre que tinha chance entrava em uma. Até hoje carrego esse hábito. É automático me enfiar nos corredores cheios de canetas diferentes, me despertando tremeliques e paixões. Uma caneta é mais do que uma caneta; é minha companheira de trabalho e criação. Ela que transfere minhas ideias para o mundo real, seja em palavras ou rabiscos, dando um toque único e pessoal às anotações.  Por isso, é sempre um ritual quando uma acaba e preciso comprar outra.  Sou dessas que adora testar canetas diferentes, avaliando a cor da tinta, como sai da caneta, se borra muito, como desliza pelo papel, a “maciez” na hora de escrever, praticidade, estética, etc.  Ao contrário de muitos, sou adepta às pontas médias à grossas. Sinto um confor...