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Clássicos que valeram cada segundo ~




A leitura deveria ser um hábito e uma atividade prazerosa para todo mundo, porém, nem todos se entregam à montanhas de livros com essa voluntariedade e sorriso estampado no rosto. Creio que isso só piora quando a escola (ou o vestibular) força os alunos a lerem livros que, de primeira, não o interessam nem um pouco, mas por serem clássicos da literatura nacional, acabam impondo. 

Não é nada agradável começar o livro e, a cada três linhas, ficar verificando o quanto falta para acabar porque já está de saco cheio dele. Ou começa a ler no piloto automático, mas mandar a mente para outra dimensão, chegando no final da página sem saber o que acabou de ser lido.

Tudo se torna mais chato quando passa a ser uma obrigação. Não está fazendo porque ficou curioso e foi atrás, mas sim porque algo ruim pode ocorrer se não o fizer (por exemplo, perder nota em alguma atividade referente à ele na escola, errar todas as questões sobre ele no vestibular e ser reprovado, etc). 

Por outro lado, não sei de que outra maneira a pessoa acessaria esses títulos se não fossem por imposição. Geralmente, quando mais jovens, outros tipos de livros nos atraem mais (lê-se "contemporâneos").

MAS A QUESTÃO NÃO É ESSA! 

Não vim debater qual a melhor forma de fazer alguém gostar de ler, nem como despertar interessa nos clássicos, e nem se os clássicos são realmente imprescindíveis nas nossas vidas. 

Também fui uma dessas que foi submetida à esses livros. Muitos, não minto. Li porque precisava. 

Porém, outros me surpreenderam muito com a história, e se tornaram meus livros prediletos.

Quando pensamos nessas leituras clássicas, já pensamos em algo entediante, "velho", chato, massante, ultrapassado, incoerente e por aí vai. E tudo isso já faz com que nos fechemos à eles, sem dar chance de mostrar seu verdadeiro conteúdo (muitos simplesmente lêem resumos e pronto). 

Resolvi citar alguns dos livros cuja história me prendeu MUITO. Sugaram-me de uma maneira que não conseguia parar de ler. Queria saber o que ocorreria. Queria saber que fim tudo levaria, sem me dar conta das horas que se passavam. 

Resumindo, me entregava por inteira à leitura.

1- CAPITÃES DA AREIA, de Jorge Amado


Esse livro conta a história de um grupo de menores abandonados, cujos nomes representam bem suas personalidades e o modo que lidam com a vida nas ruas. De início pode parecer só mais uma história BR que fala da pobreza, mas vai muito além disso, ainda mais quando uma garota, chamada Dora, se junta ao grupo (que até então só aceitavam garotos). É um livro extremamente cativante, que faz o leitor sentir o sentimento de fraternidade entre os meninos ao decorrer da narrativa.

2 - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, de Manuel Antônio de Almeida


Aqui a gente encontra Leonardo, o típico personagem principal que não nada tem de herói e santo, mas nem por isso deixamos de gostar. A linguagem do livro é bem simples, aquela "linguagem de rua", que entra em consenso com os personagens da história. Esse foi um da lista de obrigatórios que eu não dava nada, mas tive que dobrar minha língua. 

3 - O CORTIÇO, de Aluísio de Azevedo


Um dos MELHORES livros que já li na vida! De primeira, achava que seria um lixo. Não me animei nem um pouco para lê-lo, ainda mais porque, de todos, era um dos maiores (em relação à quantidade de páginas). 

Porém, não demorou para eu admitir meu erro. Enganei-me FEIO! 

O cortiço tem como ponto central o João Romão, dono do cortiço, homem ganancioso e oportunista, que inveja o português Miranda, homem rico (mas porque casou com uma mulher endinheirada). A história não se foca apenas na rivalidade de João e Miranda; ao longo da narrativa, somos apresentados aos moradores do cortiço, sua rotina, conhecendo suas personalidade etc. 

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Esses três citados acima eu recomendo demaaaais que vocês leiam. São obras que li e reli, e futuramente lerei de novo porque valem muito. 

Eu poderia citar outros, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, mas foi um livro que só passei a gostar quando fiquei mais velha. É uma história mais parada comparado aos outros (nem todos se empolgarão com isso), com capítulos "fragmentados": não seguem aqueeeela cronologia, se você ler aleatoriamente cada um, verá que não perdeu tanta coisa.

Dom Casmurro não é um livro ruim, mas não me deu tanto prazer ao lê-lo como os outros. Porém, é um livro que preciso reler no futuro; dificilmente uma adolescente teria entendido Machado de primeira.

Além desses, outros que recomendo são os romances de José de Alencar: Senhora e Diva. Esses já falam de personagens de classe alta, saindo do universo das ruas, mas não sei se agradaria o público masculino. 

Enfim, apesar de ter o costume de ler mais livros estrangeiros do que nacionais, tenho me aventurado nos escritores daqui, não só dos antigos como os atuais. Não sei se não é feito tanta propaganda deles pelo simples fato de serem desconhecidos, ou porque são ruins mesmo. Só lendo para eu descobrir. E para isso, só abrindo a mente e dando uma chance à eles.

~ VK ~

Comentários

  1. O cortiço foi o que mais gostei.
    Dei muita risada lendo as aventuras do Leonardinho e outro que li recentemente dois dias antes da segunda fase da fuvest foi o Til. Til é tudo de bom, mas sabe né, Romantismo puro kkkkkk alma sóror.
    Pra segunda fase da unicamp não li nenhum *vergonha* mas li os resumos e me interessei muuuito por dois deles: Negrinha e A hora e a vez de Augusto Matraga.

    Não consegui colocar nome aqui, é a Camila.
    Kkkkkkkkkkk

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