Meu ano começou mais tranquilo do que eu esperava. Ao contrário dos dois anos anteriores, sobra-me mais tempo para ficar jogada no sofá olhando pela porta de vidro da sala. O dia está quente, a criançada grita lá fora. Estamos em março e o verão parece não ter pressa alguma de ir embora. Já olhei as notificações do celular umas oito vezes, e não consigo parar para entender o que se passa em minha mente. Meu problema com a ociosidade é exatamente ela: deparo-me com tanto tempo livre que fico sem saber por onde começar a aproveitá-la. Aí me pego aqui, largada na sala sem fazer e pensar em nada concreto. Um pensamento vem e logo é atropelado por mais cinquenta. Não consigo focar em uma coisa só. Tudo vindo ao mesmo tempo, querendo a mesma atenção, e nada sendo devidamente processado. Uma cacofonia mental gritando em minha cabeça enquanto beberico minha quinta xícara de café do dia. "O café está bom. Verdade, tenho que finalizar aquele texto. Não terminei de ler aqueles trê...
Expondo ideias que ficariam na gaveta.