Passados nove anos, finalmente terminei o Ciclo da Herança!
Comprei o primeiro livro da série em 2009, mesmo ano em que saiu o filme aqui no Brasil. Como adorava livros de fantasia, ainda mais sabendo que tinha dragões envolvidos, resolvi apostar na história.
A série, escrita por Christopher Paolini, se passa em Alagaësia, terra dominada por um rei tirano chamado Galbatorix (e seu dragão Shruikan), um antigo Cavaleiro de Dragão que se voltou contra os outros cavaleiros, derrubando todos que não se aliaram a ele. Anos depois, Eragon, um jovem camponês (nada muito diferente do clichê) que leva uma vida humilde no sítio de seu tio Garrow, junto com seu primo Roran, caçava na floresta quando uma estranha “Pedra azul” surge na sua frente. Após um tempo, ele descobre que não se tratava de uma pedra, e sim de um ovo de dragão.
A história não foge muito do convencional: um jovem que é escolhido contra sua vontade, precisa aprender a lutar e dominar a magia, encontra diversos aliados e inimigos pelo caminho, para então confrontar o rei e seu mega dragão negro.
Se você espera um livro adulto, Eragon não seria a melhor escolha. Particularmente, considero uma obra voltada mais ao público jovem (até porque seu escritor escreveu sua primeira parte quando tinha apenas 15 anos), e é uma leitura agradável se deseja apenas descontrair. Não é daquelas histórias mega cabeça e cheio das filosofias.
A série é composta por quatro livros: Eragon, Eldest, Brisingr e Herança. Aqui no Brasil, O primeiro foi lançado em 2005, o segundo em 2006, o terceiro em 2008 e o último só em 2012! Confesso que foi desanimador esperar tanto tempo para saber do final da história, fora a espera do livro baixar de preço porque estava caro demais no lançamento.
Em 2006, fizeram o filme da série, que recebeu duras críticas. Se você não viu os livros, não vai gostar tanto. E se leu, vai odiar profundamente.
(SPOILERS ABAIXO)
A história do filme passa super rápida. Parecia até que fizeram com pressa de acabar.
No livro, é contado todo o cuidado que Eragon teve para criar Saphira de filhote até adulta, escondendo-a na floresta devido ao seu tamanho e tendo que alimentá-la e tal. Além disso, mostram aos poucos como começaram a se comunicar mentalmente, sendo bem trabalhada esse laço que possuem entre eles. O nome também foi ele que decidiu, com Saphira opinando.
Já no filme, quando o dragão está com um tamanho razoavelmente grande (mas suficiente para que o jovem a pegue no colo), Eragon tenta ensiná-la a voar. Quando consegue, ela sobe alto ao céu, cruza nuvens e, quando pousa, está absurdamente ENORME! Suas asas lembra mais as de um gavião do que dragão (bem diferente do descrito nos livros), e logo que aterrissa, ela faz contato mental com Eragon, apresentando-se como Saphira. Simples e rápido assim.
A personalidade dela também é bem diferente. No livro ela é bem mais sarcástica, orgulhosa e vaidosa, além de ser bem mais claro o carinho que sente pelo seu cavaleiro. Não tem como não se cativar por ela.
O aprendizado de Eragon também é bem gradual, seja na espada como magia, enquanto no filme, após um único e breve treino, o jovem já está arrebentando tudo na cena seguinte (???). Mas, o que mais me chocou, foi que Arya, a elfa principal da história, simplesmente não tem a orelha pontuda típica da sua raça no filme. Ela é praticamente uma humana comum mas que sabe brigar.
(fim dos Spoilers)
Em suma, o filme foge bastante do livro. Muitos detalhes que seriam importantes ao longo da história foram simplesmente cortadas ou entregues sem suspense algum. Paolini deve ter ficado decepcionado com o que fizeram com sua obra. Duvido muito que tenha continuação. #chateadíssimo
Apesar desses pesares e desgosto que o filme provocou, recomendo o Ciclo da Herança para quem deseja uma leitura leve para puro entretenimento. Li todos rapidamente (exceto o último), mas só acho que o final poderia ter sido mais emocionante. Final ruim (pra mim), mas jornada ótima.
De qualquer maneira, com certeza Eragon está na lista de livros que me divertiram bastante.
~ VK ~
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