Sabe quando você pensa em fazer algo, e pouco tempo depois simplesmente esquece?
Na tentativa de tentar recordar, refaz todos os movimentos executados, volta aonde estava minutos atrás, tenta refazer toda a linha de pensamento anterior apenas para ver se aquela ideia lhe volta à cabeça.
Durante um bom tempo de minha vida isso me intrigava bastante. Até hoje acabo me frustrando quando vou fazer alguma coisa mas não lembro o quê.
Porém, mais frustrante do que isso, é você ter uma ideia mirabolante para criar uma história nova....e simplesmente trava. Não porque esqueceu. Pior: por não saber como dar vida à ela.
Quantas horas passei na frente de uma folha em branco sem ideia de como iniciar um texto!
A ideia está ali, acenando na minha cara, mas não consigo achar um contexto para ela.
Paro para tentar organizar num rascunho a parte, tentar ver o que por em cada parágrafo, como finalizo...
Até aí é tranquilo; várias vezes comecei histórias pelo meio, adicionando, deslocando, deletando parágrafos ao longo da trama (trabalho facilitado se escrevo direto no computador).
Mas...e o início?
A introdução, as primeiras palavras. Elas que vão fisgar o leitor logo de cara. Não pode sair de qualquer jeito.
O que também dificulta na hora de escrever é quando você exige de si uma história boa desde o começo. E disso, tirar um desfecho sensacional. Sem pressão...mas ao contrário.
Enquanto não vejo que dei o melhor de mim, não paro de rabiscar, riscar, reescrever, ou até mesmo descartar tudo o que já fiz para começar do zero (mesmo que esteja jogando tudo pela quinta vez).
Não é raro surgir várias histórias de uma mesma ideia e apenas uma prevalecer (como tirar 987847384823 fotos mas só achar que 1 ficou boa).
A ideia nos parece tão boa que precisa se encaixar numa trama PERFEITA, ou dará a sensação de que não foi plenamente aproveitada e explorada.
Já dá para imaginar que alguns dias termino totalmente frustrada, pois nem sempre consigo dar vida ao meu imaginário. Transpô-lo em palavras para torná-lo real à todos, não apenas para mim.
De vez em quando até deixo anotado a inspiração, marco palavras-chaves e alguns parágrafos que escrevi e quero que esteja presente no texto final. Tento terminar outro dia, quando estiver com a mente mais clara (e menos irritada com minha falta de criatividade naquele momento), mesmo que leve dias ou semanas para conseguir concluir.
A prioridade estará sempre na qualidade final de minhas criações, mesmo que isso signifique um investimento maior em tempo e paciência.
Cada escritor deve ter um jeito de lidar com isso. Ainda estou descobrindo e aprimorando o meu.
Bloqueios mentais são fantasmas que carrego há anos. Ainda não sei dizer se é possível livrar-me totalmente deles, ou se são ossos do ofício do mundo da escrita que apenas dá para se esquivar - mas não eliminar.
Por enquanto, vou aprendendo a conviver com eles.
E enquanto não consigo pensar num final decente, vocês terão que se contentar com esse daqui mesmo.
~ VK ~
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