"Para quem você escreve?"
Certeza que ao menos uma vez na vida quem tem blog ou só escreve por escrever já escutou isso.
"Pra que, ninguém lê".
Não sei se é pior a pessoa que teima em fazer o outro abandonar o gosto por transformar ideias em texto, ou o escritor que acata a essa desistência.
Grande parte de quem escreve não faz em busca de aprovação alheia (se o blog cresce e vira referência, é consequência).
O motivo é muito mais simples: nossa mente fica atolada de novas ideias e inspirações, que nos fazem sentir necessidade de "concretizá-las" em palavras, sendo um desperdício deixar morrer no campo das criações.
A criatividade muitas vezes é espontânea. Quantas vezes, andando por ai ou parada dentro do metrô, bati o olho em alguma cena ou detalhe que me despertou um alvoroço de pensamentos que dariam boas histórias? Pensar em não fazê-las dá até uma tristeza.
Não nego que o feedback de leitores faz um bem enorme para nós, ainda mais se apontam falhas, acertos e dão sugestões, sempre nos ajudando a evoluir e fazer melhor.
Gostamos de ouvir a opinião de quem lê, mas não é essa a motivação primordial para os textos acontecerem.
É mágico a sensação de estar criando, ver as palavras fluírem, adicionar nossas emoções em cada linha. Fazer o possível para um leitor visualizar mentalmente aquilo que enxergamos na nossa cabeça. Fazê-lo sentir o que sentimos enquanto a caneta risca a folha.
Não só compartilhamos ideias, mas também uma parte de nossa alma.
Para mim, essa é a melhor parte! A que mais me dá prazer em continuar escrevendo: oportunidades de dividir uma parte de mim com os outros.
Uma parte muito pequena, claro, mas que pode fazer a diferença para alguém. Ver textos causando suspiros e epifanias é altamente gratificante.
Não apenas para contos ou histórias, mas para a área pessoal também.
Até quando minha vida está uma bagunça a escrita me auxilia. Basta sentar, por tudo no papel o que anda acontecendo para conseguir enxergar tudo de maneira mais clara e sentir maior controle da situação.
Uma vez que as enxerguei e as coloquei em pauta, posso manipulá-las para achar melhores soluções.
Escrever é mais que um hobby; é uma terapia. Uma maneira que organiza o turbilhão de pensamentos.
Independente se "ninguém vai ver" ou não, é uma atividade que já faz parte de mim. Ajuda-me a não sufocar, funcionando como um desabafo.
Escrever dá a sensação de estarmos contando algo ~indiretamente~ para alguém, o que não deixa de ser verdade, mas é para alguém indeterminado.
Além disso, por mais que muitos achem que é perda de tempo porque ninguém liga, sempre haverá aqueles que se importam, e mesmo que sejam poucos, são os mais importantes para nós.
Abandonar a escrita, é como abandonar à mim mesma.
~ VK ~
Comentários
Postar um comentário