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Que história contarei hoje?

Quando criei o blog, desejei publicar várias de minhas histórias aqui na Internet para que ficassem disponíveis a quem interessar. Não queria deixá-las escondidas, esquecidas nas páginas do meu caderno de escrita. 

Histórias nasceram para serem contadas; não para serem enterradas na gaveta, transformadas em palavras mortas. 

Naquelas linhas haviam algo, não apenas rabiscos ordenados. Naquelas linhas haviam vidas, luzes cursivas reluzindo fantasias.

Já era automático: grande parte do dia eu passava observando tudo o que acontecia ao redor para registrar mentalmente ideias que poderiam virar postagens. Qualquer detalhe ou casualidade, por mais discreto que fosse, tinha o potencial de se transformar num evento bem maior. 

As possibilidades são infinitas quando dimensionamos um conceito para além da objetividade.  

É um campo em que o literal não predomina; ele é facilmente sobrepujado pelo imaginário.

Devaneios emergiam de conversas aleatórias, de folhas curvando-se ao vento, de pétalas coloridas, manchas de café e até de palavras sem sentidos. Aquele suspiro ao fim dia, emoções veladas que irrompem num momento sereno, ou aquela bebida quente que te enlaça internamente. 

Tudo vira narrativa. Tudo ascende à inspiração.

Hoje, parece que essas ideias não se conectam mais com a mesma facilidade como anos atrás - bastava olhar algo acontecer que um roteiro brotava num ponto da mente, logo se convertendo em parágrafos. 

Sinto uma dificuldade de criar conexões e desenvolver alegorias com as imagens formuladas em minha cabeça. Unir tais abstrações de maneira coesa numa linguagem escrita virou um desafio. 

Talvez eu esteja apenas enferrujada pela falta de prática. 

Talvez eu só precise voltar a escrever poucas linhas diariamente. 

Talvez eu comece só contando uma história hoje.

(Imagem: Vivian R. Kida)


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