Dois meses? Quatro semanas? Talvez um mês e alguns dias?
Ou se passaram três e nem percebi? Não me recordo qual foi a última vez que
sentei para escrever, só tenho a sensação de que faz muito tempo. Depois olho
com carinho para ver o tempo exato, pois agora não há importância.
O ano de 2015 têm sido absurdamente surpreendente para mim, tanto
de forma positiva como negativa.
Apesar das muitas quedas que sofri, encontrava
algo interessante pelo chão, levantando-me e levando-a comigo. Que sempre é
possível tirar uma lição das situações, não é novidade, mas o que realmente
mexe comigo é quando essa “lição” gera uma epifania interior.
Sabe quando algo
passa a fazer sentido e isso faz você mudar de atitude e olhar o mundo de outra
forma? Passa a ter vontade de começar a fazer diferente? Pois bem.
Aquela história de que “a vida é um ciclo” pode ter
vários significados, todas dependendo de um contexto. O que andei reparando é
que, não apenas é um ciclo, mas um ciclo vicioso; e isso aplicado nas ações do
meu cotidiano.
Infelizmente a escrita andou abandonada desde ano passado por
minha pessoa. Por mais que “tentasse” voltar, nunca mais tive meus momentos
semanais para parar, sentar e deixar as palavras fluírem.
Não sei se tenho o
direito de dizer que “tentei” , pois sinto que não me
esforcei o suficiente. Ter um horário, em meio a um dia corrido, para poder escrever
exigiria organização e disciplina, o que não fiz (e admito que nem me dei ao
trabalho de tentar).
E o que isso tem a ver com o blábláblá dos parágrafos
anteriores? Percebi que ficar deixando pra depois tornou-se um ciclo vicioso:
mentalizava que tinha que fazer algo, mas automaticamente me acomodava e
deixava para uma outra hora.
E isso sempre se repetia.
De alguma forma, acredito que nosso corpo se adapta a “deixar
passar”. Procrastinar sem dúvidas é muito mais fácil do que tomar atitude e
fazer o que precisa ser feito. A cada vez que deixamos pra lá, vamos
condicionando nosso corpo a já relaxar antes mesmo de tentar, e isso vai se
repetindo.
Sim, amanhã é um novo dia. Uma nova chance de tomar vergonha na cara
e fazer o que preciso. Mas automaticamente dá uma moleza no corpo, e ele todo
se modula para o repouso, e não à produtividade.
Sempre haverá uma próxima
vez....e essa próxima vez pode ser tanto “uma nova chance de fazer diferente”,
ou simplesmente uma próxima vez que vou deixar de lado. Esta última foi
a que mais ocorreu.
Escrever foi assim: pensava em começar, mas nunca
começava. Aí no outro dia repetia. E no outro também. E na semana seguinte
idem.
Não percebi que, cada vez que desistia, haveria uma próxima vez que iria
abrir mão também. Se eu permitisse que isso ocorresse, dificilmente
conseguiria mudar.
Isso não se aplicou apenas
na escrita, mas em todas as áreas da minha vida (casa, estudos...).
Demorei
meses para enxergar essa minha situação, eu sei, mas de dentro é muito mais
complicado ter essa visão do acontecimento.
Bom, seja lá quanto tempo se passou desde que escrevi
meu último texto, cá estou de volta. E dessa vez posso falar que voltei sim. Esse post está de prova.
Não nego que estava quase deixando para outro dia (um
dia que nunca viria, convenhamos), mas resolvi fazer um esforço e começá-lo.
Aos poucos vou condicionando meu cérebro a voltar a pensar em mais agir do que
relaxar; não deixar nada para depois (um depois que demora para vir), e isso só
consigo fazer....fazendo.
Quero que tenha próximos textos, próximas ideias,
próximos posts.
Quero sempre ter uma próxima vez que termine em resultados, e
não uma próxima vez que termine num vazio.
Já estava na hora de quebrar esse
ciclo, que só me levava à estaca zero, para desenvolver um outro que me leve a um
produto.
Não quero mais esquecer que sempre haverá uma próxima
vez....e essa “próxima vez” poderá ser boa ou ruim.
Será uma “próxima vez” de AGIR ou uma “próxima vez” de DESISTIR?
Vai depender apenas e
exclusivamente de mim a arte de fazer acontecer ou de deixar a ideia morrer.
~ VK ~
Comentários
Postar um comentário